terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O erro


Apenas um, foi o que me aconteceu, cometer um erro.
E neste momento, no exato momento que o cometi, além do sofrimento o qual passo, o causei também. E além do sofrimento, a solidão.
Sou um leproso, o qual ninguém se aproxima para não se contagiar.
Um velho, jogado às traças num azilo pelos filhos, após toda a dedicação de uma vida.
E foi só um erro.
Nada que tenha feito bastou para ser reconsiderado, os momentos em que estive presente, os cuidados que dei, as palavras, os carinhos.
Todos de bar?
Hoje acredito que sim.
Hoje sei a cruel realidade da vida, a que sempre neguei. A que, com textos bem redigidos tentei retrucar. A solidão é a verdadeira face da vida. Mais dia, menos dia, estarás frente a frente. Lado a lado, até tornarem-se um.
Não adiantou o instinto da galinha que protege seus ovos, da leoa que cuida da prole, ou da mulher que embala o bebê.
Proteegi
Cuidei
Embalei
E foi necessário apenas um erro para tornar-me sujo e desprovido de sentimentos, sejam eles quais forem. E não adianta sofrer a dor de todos, porque o instinto ainda insiste em tentar protegê-los, o seu erro foi fatal.
Enfadado à solidão.

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