domingo, 29 de março de 2009

Bebel


Sou muito preconceituoso com artistas apoiados pela dona Globo, foi assim com Maria Rita, Seu Jorge e Bebel Gilberto.
Me irrita mais ainda artistas que fazem sua vida lá fora, e a dona Globo nos traz no mérito importação exportada. o que aconteceu com Bebel. Meu incômodo se acentuou mais quando lembramos que a dita cuja é filha do excelentíssimo João Gilberto, o onipotente.
Porém não posso negar que quando a vi pela primeira vez abri um sorriso ao deparar-me com sua exuberante beleza e sensualidade a flor da pele, mas ainda não havia me rendido.

Tentando fugir deste pré-conceito me abri para ouvir algumas coisas da tal.
Paixão a primeira vista!
Que voz deliciosa, suingue, exuberancia, excelência. Ela traz a cultura nacional como poucos fazem. Sua música que varia do português ao inglês traz notas doces, composições despretenciosas e uma musicalidade impar.

E talvez tenha me impressionado mais quando liguei sua aparência física com a de Sonia Braga, outra artista que está na sessão importação exportada.

Aqui retrato-me em minha plena ignorância e indico Bebel Gilberto. Temos que lembrar contudo, que sua voz é para poucos ouvidos. deliciar-se dela é necessário se abrir para uma bossa diferente, não esperar um artista MPBístico comum e saber contemplar uma beleza diferente do senso comum.

Mas para quem consegue se deliciar com toda a sensualidade e volupia de Sonia Braga, vai desejar cada centímetro de Bebel.

Ela está entre minhas recomendações ao lado.

A saída


Por quatro anos mantive contatos estreitos com a hotelaria paulistana. E chega a última semana.
Contagem regressiva, chegou a hora de me lançar.
Ouvi de uma amiga:
"Não sei se te admiro por ser visionário e ver que vai se dar bem na sua área, ou por ser louco e sair de um emprego estável em meio à uma crise pra trabalhar com comunicação"

Espero ser visionário.

Enfim, diferente da querida Carlota Joaquina, que destas terras não queria nem o pó.
Quero desta terra tudo o que conquistei, e foi muito mais que um salário mensal.
Aqui constitui família. Tive mães, irmãos, primos e uma figura muito importante, um pai.
Devo e sempre deverei ao meu gerente muito, até mesmo minha dignidade.
Saio diferente da forma que entrei. Saio também pela porta da frente, mas vou com lágrimas nos olhos, coração partido, vendo lágrima nos olhos desta minha família.
E sabendo que retornarei quando sentir saudades e rreceberei abraços, carinhos e chamegos sinceros.

Quando entrei aqui, o meu gerente disse: "aqui nós somos uma família, espero que faça parte dela."
E saio do convívio diário, mas serei o filho que alçou voo.

Obrigado por me darem um seio.

Obra de Tarsila do Amaral

domingo, 15 de março de 2009

A Mudança


Com o coração apertado.
Ao mesmo tempo que abro o sorriso para um futuro brilhante que vislumbro,
Sinto a dor corroer por dentro por ver o passado dar um tchauzinho com a mão, tal qual a miss
Dolorido daquele que no presente parecia o futuro, e hoje não passa de um vago passado
Ardendo pela revolta do tempo
Correndo para o futuro se fazer presente, e que nunca se torne passado

O que será

Dando adeus, sem querer, mas apenas no adeus
Me lavando, me limpando, passando um ebó no corpo
Com a dor de parto

Brigando, resmungando, mas seguindo.
Livre.
Hoje só levo a dor, as lembranças e a esperança.

E, que além do que já sei que é certo do futuro
Este incerto que me maltrata
Se faça certo para diminuir a dor.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Inseparável


Ele está no nome
Está na minha boca
No meu bolso
Na minha mochila, no meu gurda-roupas
Ele está dentro de mim

O tenho como confidente
Amigo inseparável,
Ele pode ser a minha destruição, mas tem sido minha libertação

Ele escuta todos os meus múrmurios
Os meus lamentos
Os meus anseios

Sempre que choro é ele que me ajuda a travar, ou desaguar de vez todas as lágrimas
Está comigo para criar, para rir

Ele me ajuda a esquecer

E a lembrar
Completo fico, quando o nome está completo, apenas nós três, mesmo que acompanhado de outrem.

É meu amigo, quando meus amigos me deixam.

terça-feira, 10 de março de 2009

Diariamente


Até onde podemos deixar uma pessoa participar de nossa vida?
Sempre esperamos dos outros, é fato, é cruel, é inevitável.
Alguns esperam pouco, outros esperam muito, mas todos esperamos.
Nem que seja um sorriso, ou um tapa na cara, mas esperamos alguma reação.

E dali em diante não se tem mais nem um olhar, uma palavra, é devastador.
Não poder receber o que se espera, o mínimo do que se espera é pra deixar de acredtiar no ser humano, mas a vida prossegue, talvez sem este, muito prvavelmente. E de outros se esperará, quase certo que com receio, mas sempre se esperará.

O mais dificil é fazer estreitar-se os laços antes alcançados em outras relações, é desgastante, importuno, desmotivador.
O cansaço, e o maldito presságio de que tudo acontecerá novamente às vezes faz com que desistamos do novo.

Voltando à pergunta, queremos a participação de outrem, queremos dividir nossos dias, nossos pensamentos, nossas novidades, e nos faz bem ouvir a vida alheia pra pensarmos que a nossa é boa ou como seria boa.

E quando encontro alguém pra dividir parece que o vento leva, tal qual o trouxe. E num dia tenho um amigo, no outro, apenas livros vazios da presença antes admirável.

Uma farsa acreditar que as relações são sólidas.

Por que minha melhor amiga ultimamente é Frida.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Crianças


Até quando podemos ser crianças?
Formalmente até os doze anos, daí para frente vira-se adolscente, seguindo nesta fase até os dezoito anos, assistido pelo ECA(Estatuto da criança e do adolescente).
Mas quando chegamos à fase adulta deixamos realmente de ser crianças?

Quando temos quinze anos, tudo o que queremos é chegar aos dezoito, e nunca acreditamos que chegaremos aos vinte e seis. Parece ser uma distância inimaginável.

Um dia acordo, olho para o meu lado e booomm!!
O mundo simplesmente desaba sobre minha cabeça, tenho quase trinta anos e muitos anos se passaram.
Mas perai...
Onde eu estava este tempo todo?
Me lembro apenas que tinha saído do colégio, ido pra casa, assistido televisão até minha mãe brigar.
Alguns relances me aparecem,
como quando me apaixonei aos dezenove,
O filho que tive com vinte,
O trabalho que consegui com vinte e dois...

Mas são vagas lembranças.
Meu rosto já não é mais o mesmo, meu corpo está modificado, mas minha cabeça- é nela que preciso acreditar-, minha cabeça é de uma menina, de uma menina que tem sonhos, anseios e desejos.
Desejos estes que nem lembro direito, pois este sono que tive foi longo e me fez esquecer de muita coisa.

Ontem eu era uma criança, que tinha minha mãe como porto-seguro, que não precisava me preocupar com contas a pagar, crises financeiras, amores, remédios emagrecedores, família.

Hoje, sou eu a mãe, sou eu o porto-seguro.
Sou eu a quem recorrerão!

E eu?
E esta menina dentro de mim?

Não consigo imaginar essa mulher em que me transformei, seja ela boa ou ruim, não sou eu, sou aquela que ficou lá atrás, que tinha vontade do novo e morria de medo da noite.

Sou aquela menina que não queria esta vida. Mas também não queria aquela outra.
Apenas o que queria e quero é ser aquela menina, aquela que ficou presa no passado, que não reconheço no espelho, mas quando fecho os olhos e penso em mim, consigo vislumbrá-la perfeitamente, da forma que sempre fui.

Quero minha vida de volta, mas em algum momento tive uma vida?

Será que quando chegar aos quarenta sentirei saudade desta de quase trinta que não reconheço hoje?

Sei que hoje sou criança, que precisa de colo tanto quanto meu filho, que preciso de afago e da luz do dia.
E não quero jamais esquecer aquela menina dentro de mim, pois ela me faz lembrar de um dia feliz e me dá esperanças de me enfrentar diariamente.


À Viviane, com amor.

terça-feira, 3 de março de 2009

Ontem, hoje e amanhã


Certas coisas nos fazem irresponsáveis, quando você se deixa fazê-lo.
Não ter auto-controle é um defeito irremediável do ser humano.
Quando o Cagado chega, sim, cagado, aquele que todos acham um fofo, é na verdade uma maldição.
Só o ser-humano pra gostar de sofrer tanto. E este Cagado é o maior cu(l)pa(i)do dos grandes sofrimentos, e por iso não se quer comer, beber, trabalhar, viver.

Digo agora: NÃO!

Minha vida de volta por favor!
Ainda to meio bodiado dos três lexotans. Quem foi o filho da puta que me acordou antes, quase no fim, mas antes de acabar o apocalipse? E por terem feito esta merda, o Cagado me viu, me encontrou e me tirou como sua última vítima.

Uma semana, é meu limite!
Trabalhos atrasados, vida parada, e a espera impaciente pelo que não virá.
Por isso digo: NÃO!

Tiro o bom, o proveitoso, o satisfatório, sou tanto de viver de lembranças, essa vai ser mais uma pro meu baú.
Daqui uns anos pararei e lembrarei, com um sorriso sinuoso no canto do rosto, um misto de

saudade/frustração/felicidade/esperança/aprovação/inérsia

Assim será.

E direi daqui pra frente: NÃO!

Gosto do controle, do previsível.
Sou feliz apenas com os meus, meu trabalho, minha vida medíocre, ordinária, simples, fútil, previsível e paciente.

O novo me asusta, me entrego a ele, mas apenas me entregarei, quando souber o meu controle.

Minha palavra de ordem: AUTO-CONTROLE: SIM!

[Com Frida.]