terça-feira, 20 de abril de 2010
Palavras ao vento
Uma tesoura sem ponta
Um murro no peito
Um frio estreito
Um cansaço extremo
Um grito contido
Um choro previsto
É iminente!
É até lascivo.
Imcompreensível
Acordar e dormir
Chorar e sorrir
Abraçar e repelir
Não ter
Querer
Aos corações aflitos, vos digo:
"Tudo o que queres realmente é apenas a aflição,
O dia em que se por fim, em que não mais tiver esse aperto
Irás resignar a paz e procurar outra dor."
Coração
Na mão
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Meu Baú
Minha posição agora é de menino
Um menino com medo do desconhecido
Mas que não consegue
Simplesmente fingir que aquele
Baú não está ali
Ele tem tantos segredos que quero desvendar
Dentro dele, talvez exista tudo o que sempre quis
Talvez guarde ali
O mundo encantado que eu sempre sonhei existir
A felicidade eterna, a serenidade
As estrelas para iluminar meu quarto
As brincadeiras que brincava sozinho
Eu
O Baú
Olhando ele, vejo o céu
Olhando o céu, vejo ele
Aí não sinto aquele medo do céu
O medo que tinha quando era menino
Aquele tamanho todo sempre me fazia questionar:
Porque um dia tudo não acabaria?
Olhando agora para o céu me faz questionar:
Porque demorou tanto para tudo começar?
Antes de abrí-lo encosto meu ouvido nele
Para ouví-lo
Quem sabe ele me conte os seus segredos
Ele me contará se eu estiver dentro dele
E este Baú dentro de mim.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
O mundo, o céu, o eu
Tenho o mundo aos meus pés
Quase tudo o que quero
E o que não quero
Mas de que adianta o mundo aos meus pés
Se tudo o que quero é o céu?
Tenho o mundo aos meus pés
Possessivo
Criador da gravidade para assim não poder
Eu me afastar
Pois sabe bem que subiria alto
Até poder tocá-lo
Ele, o céu
Às vezes alço voo
Subo, pouco, mas subo
Tento abraçá-lo, com meus pequenos braços infantis
Rio das nuvens, jogo-as de um lado para o outro
E quando estou quase chegando nas estrelas
Como que puxado, vou ao chão
A possessão
E fico cara a cara com ele
O mundo
Sem nem saber exatamente o que quer de mim
Sem saber nada de mim
Apenas uma coisa ele sabe
Que eu não alcance o céu
Pois ele sabe que se lá, eu chegar
Jamais eu vou voltar!
segunda-feira, 12 de abril de 2010
A revelia de ti
À revelia entrego-me a ti
O nosso céu, de cidade grande não é tão estrelado
Quanto este, desta cidade que te guarda
As noites são mais quentes, a lua menos brilhante
Mas a cerveja tem o gosto mais apurado.
Talvez seja meu paladar
Este que necessita tanto do líquido para lubrificar
Minhas palavras
Ao dizer teu nome minha boca seca.
Deitamos na grama, olhamos este céu cinzento
Sem estrelas
Mas dadivoso.
Então acordo
Acordo sem céu
Sem dádiva
Sem ti.
Por ora seja até melhor
Enquanto me queimo
E me derreto por você
Paixões foram feitas para serem perfeitas e vividas
Se não de forma real,
Nos sonhos noturnos
Nas bebedeiras sozinho
Nos cigarros deitado no quintal
Sabendo que também está ai deitado em seu quintal
Olhando para o mesmo céu que olho
Pensando em mim?
Fumando o mesmo cigarro
E esperando que um dia
Este céu seja tão pequeno ao ponto
De nos deixar lado a lado
Para assim falar baixinho
Ao invés de pensar
Fumar metade,
Ao invés de deixá-lo queimar só
E rir ao invés de chorar.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Aquele perfeito
Encontrar a perfeição
Uma ilusão
Ilusão que gosto de ter
Faz feliz
Faz acreditar
Faz viver
Descobrir a realidade
A imperfeição
Uma realidade
Talvez não tão dura
Talvez num nome descubra-se
A imperfeição
Imperfeição esta que de tão
Imperfeita, perfeita torna-se
JA que eu, homem
Homem imperfeito, busco nos outros
A mim
Busco eu, o eu de forma tão imperfeita como sou
Mas não quero a mim
Quero a ti
Ti, tu, você
Você, imperfeito, imperfeito da forma que só você sabe ser
Criador do seu amor
Criador dos seus sorrisos, olhares tristes e soltos
Mas perfeitos
Olhar este que é tão musical
Tão inclinado
Olhar que olha no céu e busca nele
A sua pequena existencia
Existência sem importância
Sem importância e imperfeita
Mas necessária
Necessária para inventar um amor
Um amor em mim e em você
Necessária para as noites chuvosas
Necessária porque tu és exatamente o que é
O que esperei, o que sonhei
A minha perfeição
Necessária pra nós
De nós
E por nós
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