segunda-feira, 12 de abril de 2010

A revelia de ti


À revelia entrego-me a ti

O nosso céu, de cidade grande não é tão estrelado
Quanto este, desta cidade que te guarda
As noites são mais quentes, a lua menos brilhante

Mas a cerveja tem o gosto mais apurado.
Talvez seja meu paladar
Este que necessita tanto do líquido para lubrificar
Minhas palavras

Ao dizer teu nome minha boca seca.

Deitamos na grama, olhamos este céu cinzento
Sem estrelas
Mas dadivoso.

Então acordo

Acordo sem céu
Sem dádiva
Sem ti.

Por ora seja até melhor
Enquanto me queimo
E me derreto por você

Paixões foram feitas para serem perfeitas e vividas
Se não de forma real,
Nos sonhos noturnos
Nas bebedeiras sozinho
Nos cigarros deitado no quintal

Sabendo que também está ai deitado em seu quintal
Olhando para o mesmo céu que olho
Pensando em mim?
Fumando o mesmo cigarro
E esperando que um dia
Este céu seja tão pequeno ao ponto
De nos deixar lado a lado

Para assim falar baixinho
Ao invés de pensar
Fumar metade,
Ao invés de deixá-lo queimar só

E rir ao invés de chorar.

Um comentário:

Unknown disse...

a revelia de mim.... devo dizer... me tocou