quinta-feira, 15 de abril de 2010

O mundo, o céu, o eu


Tenho o mundo aos meus pés
Quase tudo o que quero
E o que não quero

Mas de que adianta o mundo aos meus pés
Se tudo o que quero é o céu?

Tenho o mundo aos meus pés
Possessivo
Criador da gravidade para assim não poder
Eu me afastar

Pois sabe bem que subiria alto
Até poder tocá-lo
Ele, o céu

Às vezes alço voo
Subo, pouco, mas subo
Tento abraçá-lo, com meus pequenos braços infantis

Rio das nuvens, jogo-as de um lado para o outro
E quando estou quase chegando nas estrelas
Como que puxado, vou ao chão

A possessão

E fico cara a cara com ele
O mundo
Sem nem saber exatamente o que quer de mim

Sem saber nada de mim
Apenas uma coisa ele sabe
Que eu não alcance o céu

Pois ele sabe que se lá, eu chegar
Jamais eu vou voltar!